sábado, 3 de maio de 2014

chão lonsângulado

Ar seco
Texturizado chão de sertão

O forró come solto
mas a criança não

O que se ouvia era rosa,
o Boto estava a paquerar

Isso só não vira poesia
porque a criança tá com fome,
e não para de chorar

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Meu mar

Eu já tinha previsto, tanto beijo derramado, tanto cheiro que se marca, tanta história pra contar. Em meio a sua falta de fala e o descabelo achei meu colo, macio, mordível, o colo perfeito Só me desculpe chorar tanto sobre ele, isso passa, ta passando, obrigado. 
Vejo tão próximo as paredes pra sendo pintadas, você chegando tarde e nós indo pra cama pra ver qual pé ta mais gelado. Se subi a ladeira, foi pra ver do alto tudo acontecendo, desço e subo quantas vezes forem preciso e te carrego a cada subida. A coisa flui, evolui, cria cor e não importa quantas bifurcações terão daqui até o fim do caminho, escolho no unidunitê e não ligo, afinal, todo túnel tem uma luz no fundo, e tu é lanterna minha nesse túnel.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Eu penso tanto nela

Eu penso tanto nela
olhos com remela
peito na janela
mais uma stella

Eu penso tanto nela
chocolate na panela
jantar a luz de vela
cabelo quando se rebela

Eu penso tanto nela
branca e magrela
se quiser é tagarela
inspiração pra Cinderela

Eu penso tanto nela
no almoço beringela
coração de sentinela
um carinho na costela
é bem mais que uma donzela
mais bonita do que aquela
dessas moças a mais bela.

domingo, 29 de setembro de 2013

Nas horas vagas, é assim


Para todos que analisam e tentam traduzir minha real resposta logo após perguntarem "tá tudo bem?", eis a verdade: não. Não é pela culpa tua nem minha, tão menos tua, pequeno, como pode já ter culpa de algo aquele que mal tem dentes, ou tem e eu não os ví crescer? Mais uma pontada. Durante a madrugada fria e embaçada, claustrofóbica em meu quarto, sei o quanto sou o culpado protagonista dessa novela, logo eu que nunca gostei muito novelas. Ver o vento passando depressa, levando o tempo, fazendo com que os dentes cresçam, que a vida passe, que o horizonte fique nítido. Já vejo coisas demais e já as via depois que não as vi se tornarem verdade. Se estás confuso imagine como anda minha cabeça, o que ela se tornou, o quão alto ela grita e que comandos ando obedecendo. A parte gostosa é o aprendizado. Quase não faz parte a parte que me torno covarde ao dizer que é ruim. Até por que não sei definir a parte ruim, a prova disso é essa minha definição medíocre, só palavras, tentando me confortar, me expor e chamar atenção a troco de uma boa noite de sono, quem sabe assim funcione. 
Passa tempo passa que de passa-tempo tu não tens nada, tudo ilusão, terão dias piores, melhores, mentirosos... Isso eu aprendi cedo, só que aprendi pela metade, alguns órgãos sabem interpretar com razão certas situações, no meu caso, só alguns. Ainda bem que a primavera chegou, devagarzinho ela vai deixar tudo mais bonito, que chova e alague tudo, antes que minhas lágrimas façam isso, chova e mate todos afogados e me deixe ser um trovador bem acompanhado rodando o mundo sobre um barco de papel, é querer demais?
Aos que se manterem por perto, não estejam por aqui com escudos na minha frente dizendo que tenho razão, já estou sendo sincero comigo, seja também e pergunte menos como eu estou me sentindo.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

De repente

Nu até o caroço. Virei geleia. Eita mulher, te achei no meio das tralhas, dos restos, dos meus restos, da minha última tentativa. Sou bom nisso. Que bagunça, mas achei. E eu só queria um deslize, sentir a temperatura subir, varrer os dedos por umas costas femininas. Podia ser qualquer uma. No momento então, podia ser qualquer uma menos você. Tava difícil de imaginar que seria meu o teu corpo, vocês eram de outro, tu estavas tomada, iludida, conformada e quase enjoada de amar. Por outro lado eu me sentia no direito de me sentir confiante e enquanto isso te comia o quanto podia com os olhos, afinal "o palhaço que é, é ladrão de mulher". Musiquinha mais besta. Não adiantava, todos o meus assaltos pareciam em vão. Não desisti, mais ou menos. Eu ainda andava expostamente armado mas acabara a munição, era só um charme. Quando me toquei eu só tinha a arma, você havia roubado todo o resto e eu nem percebi, só me toquei depois que o tempo cuidou de tudo, limpou os excessos, e lá estava eu sob as mais sinceras juras de amor da minha vida, e seu sorriso fazendo a ambientação do momento. Deixe-me aqui, observando, sendo tua marionete. Nunca me senti tão bem conduzido. Embalem os móveis! Vem coisa boa por aí.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Só râmo

Meu ponto de paz, no ponto morto, teu corpo, me pede pra ficar, pede de novo, vamos dançar meu amor, tentar dormir mais um pouco, só mais um pouquinho, eu lhe prometo o mundo  e o pego pra ti independente da altura da árvore. Eu só preciso que você fique, e fique calma também, me faça um carinho que do resto cuido eu, dos meus restos eu faço um samba e desse samba eu te levo pra casa, ascendo um cigarro e componho o samba do café da manhã de amanhã. Hoje, eu preciso de você muher.